Síndrome da Larva migrans (Bicho geográfico e Toxocaríase)

17/09/2012 14:22

 

Larva migrans é uma antropozoonose (doença que é passada entre animais, mas que eventualmente acomete humanos), frequentemente encontrada em regiões de clima tropical e subtropical e, também, em países subdesenvolvidos. Essa doença tem como característica a migração de larvas de nematelmintos do gênero Ancylostoma spp (que provoca o bicho geográfico) e Toxocara spp (que provoca a toxocaríase) por diferentes partes do organismo dos hospedeiros.

Tal infecção tem como principais hospedeiros definitivos (aqueles que abrigam e disseminam o parasito para o ambiente) os cães e gatos, devido a sua estreita relação com os seres humanos e presença em locais públicos, o que pode levar a contaminação da água e do solo através de fezes infectadas com larvas e ovos de helmintos. Dentre as formas clínicas da larva migrans estão: a larva migrans cutânea – LMC (ancilostomíase, ancilostomose, dermatite serpiginosa, dermatite linear serpiginosa ou bicho geográfico) e a larva migrans visceral – LMV (toxocaríase ou granulomatose larval).

O bicho geográfico é uma doença caracterizada por infecções na pele causadas pela penetração e deslocamento de larvas de ancilostomídeos pelo tecido subcutâneo. Os principais parasitos desse gênero no Brasil são o Ancylostoma brasiliense (acomete cães e gatos) e o Ancylostoma caninum (acomete cães), dessa forma o homem torna-se um hospedeiro acidental (aquele de adquire a doença por acaso), sendo os pés, as pernas, as nádegas e as mãos os locais mais afetados pelas lesões. Sua transmissão ocorre pela penetração do helminto na pele após contato com o solo contaminado com fezes de cães e gatos infectados. Os sintomas mais observados são coceira intensa e trajeto larval na pele com formato de mapa.

Já a toxocaríase é uma antropozoonose de distribuição mundial que tem como característica a migração de larvas de helmintos em órgãos dos hospedeiros. Em humanos a doença é causada pelo Toxocara canis (parasito de cães) e Toxocara cati (parasito de gatos), onde o homem, principalmente crianças até quatro anos de idade, também são hospedeiros acidentais. Dentre os sinais clínicos observados nos seres humanos estão: febre, hepatomegalia (crescimento do fígado), doença renal, manifestações pulmonares e cardíacas, e lesões cerebrais e/ou oculares. A transmissão ocorre por via transplacentária (entre mãe e feto), láctea (através da amamentação) e exposição a solos contaminados com fazes cães e/ou gatos doentes. 

 

Referências Bibliográficas

 

AIRES, W. O.; FRIAS, R. B. de; PASCHOAL, G. R. Toxocaríase e larva migrans visceral. Revista Científica Eletrônica de Medicina Veterinária. São Paulo, n. 11, 2008.

MACUGLIA, C. N.; SILVA, S. A.; SPEROTTO, R. L. Larva migrans cutânea: uma revisão de literatura. Disponível em:. Acesso em: 12 nov. 2011.

PERUCA, L. C. B.; LANGONI, H.; LUCHEIS, S. B. Larva migrans visceral e cutânea como zoonoses: revisão de literatura. Revista de Veterinária e Zootecnia. São Paulo, v. 16, n. 4, p. 601-616, 2009.

PROGRAMA DE ZOONOSES REGIÃO SUL. Larva migrans cutânea e visceral. Disponível em:. Acesso em: 12 nov. 2011.

REICHMANN, M. de L. A. B. Educação e promoção da saúde no programa de controle da raiva. São Paulo: Instituto Pasteur, 2000.

 

 

Escrito por:

Melissa Silva Santos (Extensionista e Monitora de Iniciação Científica Aplicada do curso de Zootecnia; Estudante de Medicina Veterinária da Universidade Federal de Sergipe).

 

Para mais sobre a Síndrome da Larva migrans acesse o link abaixo:

LARVA MIGRANS VISCERAL E LARVA MIGRANS CUTÂNEA COMO ZOONOSES.pdf (243,8 kB)

 

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